A Sombra da Terra é a segunda obra da série Somos Animais I, uma série de obras que retratam mentes brilhantes injustiçadas pela humanidade. Esta peça mostra Suzanne Césaire. Ela nasceu na Martinica, um departamento ultramarino da França localizado no Mar do Caribe. Ela era uma escritora francesa, professora, teórica, anticolonial e uma feminista ativa que participou da Union des Femmes Françaises. Ela publicou a maior parte de seu trabalho na revista Tropiques, que ela cofundou durante o governo autoritário do marechal Philippe Pétain, um aliado independente da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A revista estabeleceu o surrealismo como meio de libertação cultural e usou as artes como método de comunicação de suas agendas políticas sem o conhecimento da censura do governo.

Sua afinidade com o surrealismo a levou a iniciar um relacionamento próximo com outro surrealista, André Breton, que abriu caminho para o seu desenvolvimento do afro-surrealismo.

Nosso surrealismo lhe entregará então o pão de suas profundezas [...] A estupidez colonial será purificada na chama azul da solda. Nosso valor como metal, nossa ponta de aço, nossas incríveis comunhões serão recuperadas.

— Suzanne Césaire - Surrealismo e Nós (1943)

Tropiques foi a revista caribenha mais influente de seu tempo e uma peça fundamental no desenvolvimento da literatura martiniquense. Ela desempenhou um papel crucial tanto nas funções administrativas quanto intelectuais da plataforma e, apesar de sua substancial contribuição escrita e editorial para a revista, dois homens, Aimé Césaire, seu marido, e René Ménil, foram citados como os catalisadores fundamentais para a revista.